terça-feira, 21 de agosto de 2012

Participação Social Organizada


Como seria o Brasil, caso cada candidato eleito tivesse um mandato justo e solidário? Definitivamente, como “nunca antes na história desse país”, deixaríamos de ter uma das maiores concentrações de renda do mundo... No entanto, antes de decretarmos a falência dos serviços públicos ou de reproduzirmos aquele velho discurso de que “todo político é ladrão”, é importante ressaltar que os princípios democráticos se constroem no exercício da cidadania. Em outras palavras, a participação social organizada contribui para o fortalecimento da cidadania e do próprio Estado Democrático: a tomada de decisão dos rumos do país não se dá unicamente pelos “representantes do povo”.


Dessa forma, não estamos em apuros, nos casos de mandatos que não expressam os valores da justiça e da solidariedade. A Primavera Árabe é um ótimo exemplo recente de que a participação social organizada pode derrubar até mesmo ditaduras. Abre parêntesis. Uma aula de democracia, inclusive para os que insistem na caricatura de que os árabes são todos alienados politicamente. Fecha parêntesis.

Bendito seja o sindicato que luta por melhores condições de trabalho! Bendito seja o movimento estudantil que luta por uma universidade pública, gratuita e de qualidade! Bendito seja o movimento negro que luta pela dignidade afro-brasileira! Bendita seja a Igreja que faz dos sete dias da semana dias sagrados para proclamar a Boa Notícia! Bendita seja toda participação social organizada que promove a justiça e a solidariedade nesta nação!

Como se nota, o objetivo deste texto não é de apresentar uma longa lista de como seria o Brasil, caso cada candidato eleito tivesse um mandato justo e solidário. Nós somos importantes agentes sociais de transformação da realidade brasileira. Quando o nosso umbigo deixa de ser parâmetro de justiça, não lutamos em causa própria. Mais do que filantrópico, nosso trabalho se torna solidário. Dessa forma, não somos indiferentes, por exemplo, à desocupação das classes populares em nome de um “desenvolvimento da cidade”... Ora, que desenvolvimento é esse, à custa de despejos ilegais de moradores mais pobres? Quando nos importamos com a valorização das comunidades indígenas e quilombolas, com o acesso de toda sociedade aos serviços públicos de saúde, educação, transporte, saneamento (...) compreendemos, finalmente, nas palavras do dramaturgo alemão Bertold Brecht, que “nada deve parecer impossível de mudar”. 

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