A adolescência é a fase da vida que é o maior alvo de críticas. Por ser adolescente deveria me revoltar bastante com isso, mas meu lado punk (sério, ele existe) me faz enxergar no meio desse “bombardeio”, a atitude de um grupo de pessoas numa certa faixa etária, que está se moldando, e se fazendo, e se criando, e se tornando em algo. E essa metamorfose é explosiva, mas pode também ser uma arma de muita personalidade para nossa sociedade.
Não gosto das análises taxativas, feitas em relação aos adolescentes. Por causa disso, muitas vezes, já fiz passar por despercebido meu jeans desbotado, para mostrar ao mundo que a minha idade não interfere na minha possibilidade de ver o que está ao meu redor. E, eu curto ver o mundo. Analisá-lo de todos os modos, e ir me descobrindo através da profundidade das tendências, se tornou meu hobby.
E porque nessa série de descobertas, às vezes nada parece fazer sentido?
Me pergunto se há uma saída para a frustração de viver em um mundo em que normalmente, o oceano bate na cintura. Se sentir um alienígena em meio á essa sociedade que grita consumo, não deveria ser prazer pra nenhuma adolescente normal do século XXI. Mas a questão é essa, eu acho. Não ser normal. Não estar dentro dos padrões taxativos, não ser cobaia das análises que querem mostrar o óbvio.
Aí, a gente volta àquela história do ser diferente é normal. E eu queria saber, de verdade, o que esse povo tem achado diferente, se até o diferente deles é comum.
Chamem de rebeldia, poesia, crítica, análise ou o que quiserem. Esse negócio de juventude perdida, pra mim, não existe. Até que os jovens vão deixando de ser jovens e vão perdendo a força de querer ser diferente. Aí sim, pode haver, não uma juventude perdida, mas uma sociedade perdida.
Que não percamos a força, então.
E aí? Bora surpreender a sociedade? Acho que pode ser. Pode ser bom, pode ser muito bom, ou pode ser uma merda, mas não custa tentar.
Ana Angel
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